Este trabalho apresenta a tese de que a bioética na Argentina corre o risco de funcionar como instituição, no sentido antropológico do termo, e como tal, longe de contribuir para a cristalização da racionalidade emancipadora, cumpre a função de legitimar o estatus quo. Na bioética Argentina coexistem as etapas emotivas, reconstrutiva e de consolidação disciplinar com todos os perigos inerentes à cada uma delas. O legalismo e o jurisdicismo dos conflitos éticos, o fundamentalismo, o charlatanismo, a espertocracia e o esnobismo desvirtuam a convivência democrática.
Finalmente, postula-se que a bioética deve promover a realização da comunidade ideal de comunicação e que, portanto, o caráter pluralista, transdisciplinar e prodecural deve prevalecer no discurso como condição sine Qua non para a articulação dos interesses emancipatórios das pessoas.