Os fatos históricos e políticos de Guatemala e Honduras demonstram um desenvolvimento lento dos mecanismos de controle democrático. Em um contexto de dificuldade em consolidar democracias transparentes, as atuações de organizações internacionais transformaram-se em opções para salvaguardar o funcionamento idôneo das democracias latino-americanas. Nesse contexto de permanente instabilidade, criou-se a Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), e posteriormente, a Missão de Apoio Contra a Corrupção e Impunidade em Honduras (MACCIH). De início, se propõe analisar as problemáticas institucionais dos países e a relação das organizações internacionais como meio de intervenção, utilizando-se da teoria institucionalista. Após, de modo comparativo, é analisada a historicidade e a atuação dessas instituições internacionais para identificar os fatores que levaram ao declínio das mesmas. Por fim, através dos resultados obtidos, buscam-se vislumbrar sob a perspectiva da teoria da poliarquia, os dilemas da democracia e soberania nesses países à consolidação democrática. Conclui-se que apesar da corrupção estrutural, ambas missões conseguiram obter êxitos em parte de suas atribuições. Contudo, o entrave político e o exercício da soberania foram fatores primordiais à derrocada das missões internacionais, sendo mais eficientes medidas de cunho doméstico, permitindo o fortalecimento das instituições locais e do sistema democrático como um todo.
Rufino Rodrigues, M., Silveira Ferro, S., & Zanchi Martins, J. (2020). As organizações internacionais na democratização na América central: os casos da Guatemala e Honduras. Revista Estudios De Políticas Públicas, 6(1), 42–55. https://doi.org/10.5354/0719-6296.2020.57807